STF critica suposta espionagem de Temer a um de seus juízes

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O Supremo Tribunal Federal (STF) reagiu neste sábado a uma reportagem da revista Veja que assegura que o presidente Michel Temer ordenou o serviço de inteligência que investigasse o juiz Edson Fachin, relator da Lava Jato.

Segundo a revista, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi encarregada de encontrar material comprometedor contra Fachin.
Apesar de o palácio presidencial negar a informação, o STF, em um tom grave, repudiou qualquer pressão sobre seus juízes.

"É inadmissível a prática de gravíssimo crime contra o Supremo Tribunal Federal, contra a Democracia e contra as liberdades, se confirmada informação de devassa ilegal da vida de um de seus integrantes", afirma no comunicado a presidente do STF, ministra Carmem Lucia.

Descrevendo como prática "própria de uma ditadura", Carmen Lucia garantiu que o STF "repudia, com veemência, espreita espúria, inconstitucional e imoral contra qualquer cidadão e, mais ainda, contra um de seus integrantes, mais ainda se voltada para constranger a Justiça".
A declaração adverte para "consequências jurídicas, políticas e institucionais", caso as alegações sejam comprovadas.

O STF conduz dezenas de casos de corrupção contra políticos, incluindo ministros, senadores e deputados.

O próprio Temer é investigado por pagamento de propina e tentativa de obstrução da justiça por supostamente tentar impedir o avanço da Lava Jato.
Na sexta-feira, em outro caso, Michel Temer saiu vitorioso do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e levantou a aposta para salvar seu mandato e suas reformas, desafiando abertamente o STF.
O TSE decidiu na sexta-feira, por 4 a 3, absolver a chapa presidencial Dilma Rousseff/Temer, que era acusada de abuso de poder e financiamento ilegal de campanha.
"Não se substitui um presidente da República a toda hora, ainda que se queira, porque a Constituição valoriza a soberania popular (...). A cassação de mandato deve ocorrer em situações inequívocas", justificou o ministro Gilmar Mendes, presidente da corte, que desempatou a votação, que estava em 3-3.

STF e Congresso podem cassar mandato de Temer

Temer, que assumiu o poder há pouco mais de um ano, interpretou o veredicto como "um sinal de que as instituições nacionais seguem garantindo o bom funcionamento da democracia brasileira".
O resultado deve alentar o presidente a enfrentar suas outras batalhas e a retomar a votação de seu plano de austeridade no Congresso, paralisada há três semanas, após a explosão do escândalo envolvendo a JBS.
A procuradoria-geral da República decidiu investigar Temer com base da deleção premiada de um dos proprietários da JBS, Joesley Batista, que inclui a gravação de um encontro com o presidente no Palácio do Jaburu onde supostamente há referência a subornos.
Na sexta-feira, Temer se recusou a responder a um interrogatório com 82 perguntas por escrito enviadas pela Polícia Federal, e pediu o arquivamento da investigação por corrupção autorizada pelo Supremo."Estado de Minas"

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