Ao menos 90 combatentes do grupo Estado Islâmico (EI) morreram na
quinta-feira (13) na explosão da bomba lançada pelos Estados Unidos noAfeganistão, de acordo com um novo balanço comunicado neste sábado (15),
enquanto as forças afegãs continuam as suas operações contra os extremistas.
O saldo anterior era de 36 mortos entre os membros do EI, depois que os
Estados Unidos utilizaram a sua mais poderosa bomba não-nuclear para destruir
uma rede de cavernas e túneis do grupo extremista na província de Nangarhar.
Foi a primeira vez que a aviação americana utilizou em combate a bomba
aérea de artilharia maciça (MOAB) GBU-43/B, chamada de a "mãe de todas as
bombas".
Esmail Shinwar, governador do distrito de Achin, reduto do EI em Nangarhar,
assegurou que "pelo menos 92 combatentes do Daesh (sigla em árabe do EI)
morreram" no bombardeio. "Três túneis onde os combatentes estavam no
momento do ataque foram destruídos".
A explosão não causou vítimas entre os civis e militares, disse. "Os
civis na região tinham sido informados com antecedência e conseguiram fugir da
área", explicou. "Neste momento, os comandos afegãos e tropas
estrangeiras realizam uma operação de limpeza na zona".
O porta-voz do governo provincial, Attaulah Khogyani, informou por sua vez
"90 combatentes do Daesh mortos" e confirmou à AFP uma "operação
de limpeza concluída com êxito".
Um dia antes, o EI negou ter sofrido baixas no ataque por meio do seu órgão
de propaganda, Amaq.
"O bombardeio destruiu redutos estratégicos do Daesh (sigla em árabe
do EI) e um complexo de túneis e matou 36 combatentes" no distrito de
Achin, declarou na sexta-feira o ministério da Defesa afegão em um comunicado.
A explosão de quinta-feira atingiu um raio de vários quilômetros e envolveu
em chamas a zona do impacto, uma região montanhosa e remota, na fronteira com o
Paquistão.
Uma fonte próxima dos insurgentes afegãos indicou à AFP, sem revelar a sua
identidade, que os habitantes da região sentiram o solo tremer "como
durante um terremoto", e alguns desmaiaram devido à onda expansiva.
O uso da
bomba, projetada em 2002-2003, no início da guerra no Iraque, gerou críticas de
vários líderes da região. Mas o presidente afegão, Ashar Ghani, defendeu seu
uso, bem como o comandante das forças americanas no país, o general John
Nicholson.
De acordo com vários especialistas na região, o EI
instalou suas bases perto dos povoados e casas no distrito de Achin, forçando
milhares de famílias a deixar a área.
Nos últimos
tempos, intensificou-se a luta entre os jihadistas e as tropas afegãs, apoiadas
pelas forças norte-americanas, que sofreram uma baixa na semana passada.
Um porta-voz
do Talibã, Zabihullah Mujahid, condenou em um comunicado o bombardeio dos
americanos que "utilizam o Afeganistão como um laboratório
experimental", observando que eliminar Daesh era "o trabalho dos
afegãos".
A província de
Nangarhar, na fronteira com o Paquistão, é a região no Afeganistão onde o EI
está mais presente.
Desde agosto de 2016, as forças americanas têm
realizado vários ataques aéreos no Afeganistão contra os redutos jihadistas. Os
esforços conjuntos das forças afegãs e americanas fizeram com que os
combatentes do EI retrocedessem. "Fonte: G1"
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